sábado, 20 de outubro de 2007

Um fenômeno social que veste preto - Tropa de Elite

Olá amigos, vamos lá, hoje eu quero falar do filme que tem sido sensação na cabeça dos espectadores no cinema de todo o Brasil, o filme é Tropa de Elite, do diretor José Padilha, com Wagner Moura no papel de Capitão Nascimento.
O filme conta a história (baseada em fatos reais dos relatos do livro Elite da Tropa) de um capitão do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), a divisão mais temida da policia militar carioca( o símbolo da divisão é uma caveira com uma faca na cabeça), em um momento de estresse pessoal e em meio a uma operação de proteção ao Papa João Paulo II, o Capitão Nascimento decidi que precisa de um substituto para as suas funções, é ai que entram em seu caminho dois PM’s , André Matias, policial que cursa faculdade de Direito e seu melhor amigo, Neto, um policial nato.
O filme não é um “apelão” do cinema “splosh” (adorei esse termo... hehehe), é um filme sério, tão real que quase se torna um documentário, bem feito, bem escrito, com todas as “colagens” bem feitas. Tropa de Elite é cruel com todas as alienações sociais, mostra o policial como ele é. Corrupto, mas mostra também os casos daqueles que tem ideais, que mesmo ganhando uma miséria mantém seu caráter intacto.
Ao contrário do que dizem a violência do filme não é exagerada, nem apelativa, é real, é crua, mostra gente de verdade que tem família, mas que tem que entrar em guerra pra sobreviver nos sistema que os cerca, o filme não foi romanceado, nem floreado, não existem mocinhos, mas existem bandidos, os heróis de Tropa de Elite não usam cueca por cima da calça, nem capa, não tem identidade secreta nem são amados, os heróis de Tropa de Elite ganham 500 reais por mês, vestem preto e usam fuzis para tentar voltar pra suas famílias, eles são de carne e osso. É difícil aceitar o fato de que é tudo tão próximo nosso tão palpável.
O filme também dá um tapa na cara da classe média alta, na elite urbana, principalmente na cena em que o personagem Matias diz para sua classe na faculdade as seguintes palavras após uma discussão sobre a violência que a policia impõe e sobre a corrupção: “Vocês não sabem quantas crianças morrem todo ano por causa do tráfico, pra você enrolar o seu beck, do seu apartamento na zona sul você não consegue enxergar isso, vocês estão muito alienados e muito mal informados por conta de coisas que vocês vêem em jornalzinho e televisão!”. Devo admitir que essa cena me encheu de alegria, foi realmente emocionante a demonstração de inteligência nesse momento.
Sim, a policia reprime, vai lá e prende e as vezes até mata o criminoso, age com violência, mas faz cumprir a lei, esse é BOPE do filme, é o BOPE e todas as outras divisões especiais da policia militar pelo Brasil. É lindo assistir Cidade de Deus e ver a visão do bandido sendo romanceada, é realmente fofo, mas quando a visão é do policial, a coisa fica feia, o buraco fica mais embaixo.
Tropa de Elite é cheio de cenas marcantes, diálogos bem feitos, interpretações fantásticas, é de longe o melhor filme nacional do gênero policial já feito, é também o mais polêmico até agora e o que mais caiu no gosto popular, se fosse uma superprodução americana era Oscar na certa. Mas quem assiste a um filme desses e é capaz de dar uma risada das cenas é realmente quem não entende a fundo o que está se passando. Dá pra ficar fã dos personagens? Sim. Dá pra decorar as falas. Sim. Dá pra ver mais de uma vez? Com certeza, só meu pai já assistiu três vezes. Mas não dá pra cair na besteira de achar que Tropa de Elite é um filme puramente de ação, ou que é uma ficção completa. Tropa de Elite é profundo, é encorajador, é um marco para o “cinema social”. Vale a pena ver, mas ver com a mente e o coração abertos, sem os estereótipos comuns a nossa sociedade. No mais, é ótima diversão, ótimo entretenimento, dá pra ver um monte de vezes. :)


Ass: Robson Jr, que está surpreso com a evolução desse tipo de cinema. É por ai gente, é por ai.

2 comentários:

Poeta das Tragédias 22 de outubro de 2007 às 00:41  

robson, quanto tu tah ganhando por esse merchandise?!...rs...tinha q pertuntar isso...

primeiro q vc me deve novos créditos por mais uma das minhas expressões. Depois, eu achei o filme até fraquinho (depois falo disso), mas pelo menos jah eh uma "crítica". O q mais eu ouvi foi gente rindo e tirando onda das coisas mostradas, ao invés de "entender" a coisa, mas isso eh intendível, a final de contas, são brasileiros.

e como bom brasileiro, eu tb n posso deixar de fazer minha piadinha:
"Deus dá a luz...e o BOPE apaga!"
"O Diabo envia os bandidos pra terra...e o BOPE devolve"

Robson Jr. 22 de outubro de 2007 às 00:51  

¬¬


...


*Silêncio tumular*


Fim do comentário.
Obrigado a todos pela atenção dispensada.

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