A Amazônia e suas particularidades
A Internacionalização da Amazônia já foi tão comentada que virou lenda urbana, sim, lenda urbana. Lenda essa sustentada na idéia dos livros de Geografia norte-americana enquadrar a Amazônia como território internacional. Como toda boa lenda urbana essa também é falsa, tão falsa que dói os ossos. Mas é como dizem: “Toda brincadeira tem um fundo de verdade”. E com essa não poderia ser diferente.
Os países industrializados são fanáticos pela floresta e disfarçam seus discursos com teses pseudocientíficas ou sócio-humanitárias numa tentativa, diga-se de passagem, frustrada, de disfarçar seus verdadeiros interesses políticos e econômicos. Não me venham dizer que acreditam quando eles dizem que querem defender o “pulmão do mundo”, porque até mesmo essa idéia já foi rebatida pela ciência real.
E esses discursos são mais antigos do que se imagina, desde a época de D.Pedro I que se fala nisso, começou com a visita cada vez mais freqüente de pesquisadores europeus e norte-americanos na região da floresta e seus relatórios de como ficaram impressionados com o nosso potencial hidrográfico. Depois queriam a liberação para navegar nas águas do Rio Amazonas livremente. A disputa se intensificou ainda mais nos tempos de escassez energética pelos quais o mundo moderno tem passado.
O fato é que se a Amazônia é tão disputada pelos governos externos é porque alguma coisa ela deve ter. E tem. Nós brasileiros não vemos porque somos o pior tipo de cego que existe, aquele que não quer ver. Temos a floresta com maior biodiversidade e extensão territorial do planeta, além da maior bacia hidrográfica de água doce do mundo. Somos ricos em energia fóssil e em energia sustentável, mas nosso governo abre espaço para os discursos imperialistas quando demonstra ao mundo que não é capaz de administrar os recursos da floresta.
Essa falta de administração resultou no surgimento de grupos radicais contra a exploração da floresta em todos os sentidos. Os pessimistas gostam de dizer que não existe exploração sustentável da Amazônia. Os otimistas dizem que se o governo implantar políticas sérias é possível desenvolver e preservar. Os moderados não disseram nada e ainda se mantém em silêncio, são eles a maioria.
Pensando na exploração como chave da questão, já passou da hora de usarmos os recursos da Amazônia. Não há como impedir que a floresta seja explorada, não há desenvolvimento sem exploração. Eu não sou pessimista, eu disse exploração não destruição. Existem meios, e a Alemanha os aplicou muito bem, de usar recursos naturais sem frear o curso natural do ecossistema nem perder dinheiro com isso.
O ponto onde quero chegar é que o Brasil está desperdiçando tempo e dinheiro com as especulações internacionais. O que devemos fazer agora é, sim, usar nossa floresta para bens próprios, desenvolver nosso mercado e investir em pesquisas para a manutenção da floresta amazônica. E o mais importante: criar leis severas contra o predatismo na região. Não é impossível termos o que queremos sem destruir nada, talvez se os estrangeiros soubessem disso há mais tempo ninguém estava atrás da Amazônia como está hoje.
Seria hipocrisia minha dizer que não haverão mais problemas na região, porém se começarmos a olhar a Amazônia com os olhos do mundo veremos que a grande verdade é que ela é uma industria como qualquer outra que não pode parar de produzir mas precisa de uma boa administração para não falir.
Ass.: Robson Jr - Sem alterações.